22 de novembro de 2004

Caro Zeca,

Ando para te escrever há mais de quinze dias. E cada hora que passa fico mais angustiado por não ter a oportunidade de esparramar aqui as minhas preocupações.
Desde que te escrevi pela última vez aconteceu tanta coisa que nem sei por onde começar. Em vez de ver este blogue como um espaço epistolar tenho de o assumir como um diário, já que tantas coisas boas e más acontecem que a frequência diária é o mínimo aceitável... Eu sou um tipo que precisa de desabafar para parar e tentar perceber.
Comecemos pelas amantes:
O psicólogo da minha amante mandou-a acabar comigo. Ou melhor, o gajo disse-lhe que ela tinha que dizer o que lhe ia na alma e a pobre Verónica, obediente, veio-me dizer que procura uma relação estável, com um rapazinho que a leve ao cinema e a concertos. Eu disse que a compreendia e que achava mesmo muito bem ainda que isso me partisse o coração. Fim de citação, porque não parte rigorosamente nada.
Para falar verdade, apesar de ela deve ter a carinha mais linda que jamais lambi, na cama já deu o que tinha a dar. Passou provas com distinção, atingiu o cum laude (se tivermos em conta a idade da moçoila que eu quase desvirginei aos 19) mas como já por ali ando há já um ano e meio deves compreender que são uvas pisadas e a fermentar.
Enfim, ela acabou por não acabar porque "enquanto não tiver outro namorado podemos ver-nos". Posso ficar descansado que tão cedo ninguém lhe pega. Ou melhor, pegam, mas dão-lhe duas e largam-na. Ela, com a confusão que lhe vai na cabeça vai ser difícil que alguém a ature. Mas quando penso que ela gosta de levar umas boas bofetadas enquanto... bem, é melhor nem pensar. Sabes, ela é daquelas miúdas que têm uma cara que pede uma boa estalada. E ainda por cima gosta. Bem, não é para falr disto que eu aqui estou...
Na verdade ela tinha um namorado, com quem acabou tudo há dois anos, mas que continua a "ver" quando vem de férias à terrinha (a terrinha é uma aldeia aqui perto do Luxemburgo, porque ela está a estudar em Niort, que é, mais ou menos, no cu do mundo se considerarmos que a Alemanha é a cabeça do dito). Esse rapaz é um latagão, monitor de ténis, de 1m92 que prometeu matar-me se me visse com ela porque, diz ele, e passo a citar, que eu ando a fazer pouco dela. Os factos são um pouco diferentes: eu faço mais dela do que ele alguma vez fez, já que o garino tem 20 anos recém-cumpridos, nunca roeu nada daquela qualidade (nem se calhar de outra) e cada vez que lhe salta para as costas é por 5 minutos. Ela precisa pelo menos de dez para se vir (fica aqui a informação, que pode vir a ser útil para eventuais rapazes que a cruzem no futuro e que queiram dar-se ao trabalho de a satisfazer).
Em suma, ela deixou de foder o rapaz porque diz que ela não lhe liga um charuto e, afinal, o sexo com ele não é tão bom como isso. Comigo é, não tenhas dúvidas. Pelo menos eu gosto. O psicólogo disse-lhe paramandar bugiar o tal tenista e ela mandou. Felizmente que o psicólogo lhe disse que eu lhe fazia bem e por isso ela continua a ver-me.
No embalo das confissões que prometeu ao psicólogo, ela disse-me que gostava de assumir algo comigo, eu disse que não podia e ficámos conversados. Ela apanhou o comboio para Niort e agora só pró Natal é que a cheiro, que a promessa de a ir lá ver não passa disso já que duas vezes 800 quilómetros de gasolina no meu carro fazem mossa na carteira, já para não falar das portagens.
Bem, por aqui fico, mas prometo que te escrevo ainda esta semana para te falar de uma lituana que vale uma garrafa de uísque e de uma polaca que faz os melhores broches do lado de lá da cortina de ferro.
Beijos,
Ruca

Sem comentários: