15 de maio de 2004

O chupao - The End

Dizer à Svetlana vamos ali para um hotel não parecia terafa simples. A sorridente Sveta dava a entender que era séria, angelical e que o facto de trabalhar num cabaré, ser apalpada por mãos diferentes todas as horas e a preço de champanhe era puro acidente do destino. Uma falha cósmica que o Fernando, por exemplo, poderia reparar.
O Fernando estava convencido de que ela queria um homem para casar, para ficar no Ocidente com ele e, quem sabe, ter filhos e uma casa em Itzig. A Svetlana não sabia sequer onde era Itzig mas o Fernando sabe que lá há um hotelzinho familiar mesmo ali na curva quem vem da estrada que vai dar ao cemitério alemão. "E se fôssemos ver o cemitério alemão", perguntou o Fernando com um sorriso motivado. Ela não percebeu e por isso disse que sim. O Fernando meteu o carro ao caminho e as mnaos à obra na coxa esquerda da Svetlana que por acaso trazia uns jeans duros demais para se aproveitar alguma coisa.
Quando eu te tirar estes jeans não sobra nada, pensava o Fernando enquanto a Svetlana murmurava a música do Robbie Williams que o Fernando tinha posto de propósito para ela.
Chegados em frente ao cemitério o Fernando julgou por bem dizer algo e disse que de noite metia um bocado demedo, não é? Ela entrou em pânico quando percebeu onde estavam e disse qualquer coisa como tirem-me daqui que o Fernando não percebeu, mas percebeu que ela não estava nada contente por ali estar.
Vamos tomar um copo aqui perto para acalmar, disse com ar desanimado e desculposo. Chegado à entrada do hotel o Fernando explicou que já que não havia bares abertos aquelas horas da noite o melhor era tomarem qualquer coisa do minibar que havia nos quarto do hotel. Ela só percebeu que ia para um hotel quando o Fernando girou a chave e disse: entra, hoje é o primeiro dia do resto da tua vida. A Svetlana desde então nunca mais gostou de Sérgio Godinho.