14 de setembro de 2004

Caro Ruca,

Sou padrinho do filho do Abel. Como padrinho sinto-me igual a mim próprio. O pai da criança disse-me logo que não era preciso dar prendas na Páscoa, o que me descansou bastante.
O trabalho está todo fodido! A crise ferrou os dentes e não quer largar! Não há ponta por onde se lhe pegue e não há luz ao fundo do túnel. Veremos. A verdade é que ando muito stressado por causa disso e preocupado com o futuro.
Ando também muito em baixo. A minha amiga anda a fugir-me desde as férias. Não me corresponde e está a ofender-me com o seu desprezo e a deixar-me à beira de um ataque de nervos até porque já lhe perguntei e ela diz que não quer acabar e que aínda sente tudo o que sentia por mim. A verdade é que eu gosto da rapariga e não quero perdê-la. Além disso, o sexo com ela tornou-se uma droga para mim e aínda menos quer perder isso. Esta semana combinamos ir prá cama mas já estou a desconfiar que ela vai falhar. Se assim for, acho que vou pôr um ponto final em tudo porque me vou sentir demasiado ofendido para aceitar. Veremos.
Tenho pensado em divorciar-me da Beatriz mas não concebo a ideia de não viver com as minhas filhas todos os dias e, apesar de ela não me ligar a ponta de um corno, a verdade é que também não me chateia e assim não me dá nenhuma razão para eu querer saír de casa. Tou fodido! (É claro que tirando tu e o marido da Xica que morou conosco em Braga (lembras-te?) ninguém sabe disto e é por isso que ainda me convidam pra padrinho.
Abraço.
Zeca

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