14 de setembro de 2004

Caro Ruca,

Eu nunca fui capaz de separar sexo dos sentimentos. Apaixonei-me sempre (bem, quase sempre) pelas gajas que quiseram ir prá cama comigo. E esta é muito especial. Nunca conheci ninguém como ela, tanto no negativo, como no positivo, e é por isso que estou tão preso. No entanto, a questão do divórcio não tem a ver directamente com esta rapariga. É algo que eu já equaciono há algum tempo, mesmo quando aínda não tinha ninguém. A verdade é que a minha relação com a Beatriz está esgotada e eu acho que nunca mais seremos capazes de a recuperar. Em linguagem correcta, já não nos amamos. O nosso casamento passou a ser uma sociedade de interesses, com duas filhas que ambos amamos e com um sexo muito fraquinho e muito raro. Assusta-me pensar que é isto que eu terei para o resto da vida, principalmente agora que acho que vou ficar sem a Clara.
Mas ouve lá, tu és pior do que eu, porque eu caso-me, mesmo que seja com as amantes, e passo a ser fiel, e tu estás sempre a trocar. És lixado, pá! Então tu não tiveste já problemas de progressão na carreira por andares a comer gajas no serviço? E continuas?
Se fosse eu também continuava, deixa lá!
Zeca