12 de abril de 2005

Caro Zeca,

Foi um prazer ver-te para aquele jantarzinho agradável. É bom descobrir que as nossas vidas, apesar de separadas, continuam a ter curiosos paralelismos. Não estou a pensar no facto de gostarmos ambos de miúdas de 18 anos nem de não sermos maridos exemplares, que isto é tão comum que faz de nós gente pouco original... Mas é curioso que certas coisas nos aconteçam mais ou menos ao mesmo tempo, apesar de nem sequer falarmos nisso e de não mantermos contactos regulares.
Por aqui nada mudou desde que vi. Continuo a sentir-me um bocado cansado e bastante casado. A primeira incomoda-me, a segunda nem por isso. A sensação de estar casado pode ser boa, é preciso é que coincida com fases da vida em que nos apeteça ter essa sensação de calma e segurança que a vida pantufeira permite. Acabas por sair menos, gastas menos, mas chegas sempre ao fim do mês sem pasta. Porquê? Porque os móveis ainda são mais caros que os jantares e as plantas custam a mesma coisa que uma noite nos copos. Resultado: tenho uma casa cada vez mais gira e utilizo-a cada vez mais tempo.
Por falar na minha casa: a minha ex-amante não me larga a braguilha. Voltou da universidade para faze rum estágio aqui nas redondezas. Essa foi uma das razões que me levaram a acabar com ela: não ia poder gerir uma relação tão próxima nem resistir à vontade de a ir ver muitas vezes. A minha vida com os meus amigos ia reduzir-se a um mínimo, como é o caso de um amigo meu que desde que se atrelou só aparece se eu lhe ligar (ele reconhecer-se-à...). Por isso acabei, mas... ela voltou à carga. Sabes como é, elas quand são bem tratadas na cama voltam sempre ao paizinho. E aqui o je deu-lhe mais, muito mais, do que ela algo vez poderia imaginar. Isto não é para me gabar, até porque a miúda ainda tem umas passas para passar dada a sua tenra idade, mas o gajo que, no fim, ficar com ela vai ter muita sorte.

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